Utilizando a técnica MVP para testar as ideias do seu negócio
Entenda como este conceito, criado no universo das startups, pode ajudar a trazer mais resultados para sua empresa – confira dicas para aplicar o MVP de forma assertiva!
Você provavelmente deve conhecer alguém que investiu muito dinheiro em um novo negócio ou produto, mas que por certos motivos acabou tendo prejuízo e, consequentemente, não conseguiu levar sua ideia para a frente. Por outro lado, existe uma técnica que, caso fosse aplicada, faria com que esse produto ou empresa pudesse ser mais aceito no mercado: o MVP.
Esta sigla vem do inglês Minimum Viable Product, que em português significa Produto Minimamente Viável. Neste artigo, você irá conhecer a origem deste método, exemplos e como ele pode ser aplicado em sua empresa, auxiliando na economia de recursos e sendo um diferencial para alcançar o sucesso que seu negócio merece!
Como e quando o MVP surgiu
Contudo, este conceito só foi popularizado dez anos depois, em 2011, no livro “The Lean Startup” (“A Startup Enxuta”) escrito pelo empreendedor norte-americano Eric Ries. Segundo o autor, apesar de ter sido criado no meio das startups, o MVP pode ser usado por empresas de qualquer setor, inclusive por empreendedores que estão começando a progredir com sua empresa.
“O produto minimamente viável é a versão de um novo produto que permite que uma equipe colete o máximo de aprendizado validado sobre os clientes com mínimo esforço.” – Eric Ries.
O que exatamente um MVP pode fazer para sua empresa
Vale destacar aqui que o MVP vai muito além de um protótipo que apenas mostra o conceito e função que um determinado item pode desempenhar. Com um MVP, clientes podem testar e usar seu produto ainda no estágio inicial, dando feedbacks (retornos) sobre ele, indicando o que está funcionando e os itens e detalhes que podem ser melhorados antes da versão final, mais bem definida, e chegar ao mercado.
O principal ponto abordado pelo MVP é justamente aquela conhecida frase: “tempo é dinheiro”. Ou seja, evitar que um alto investimento acabe sendo desperdiçado, caso não haja aceitação do público ou a demanda não seja atendida. Bem como evitar que o tempo utilizado para desenvolver o produto não seja totalmente perdido, trazendo prejuízo para todos.
Outra vantagem em usar o MVP é a facilidade de mudança na trajetória do produto, permitindo alterações durante o seu desenvolvimento, mesmo com base na opinião dos consumidores. Assim, complicações que podem surgir futuramente podem ser resolvidas bem antes do lançamento do produto.
Após conhecer a origem do MVP e saber como ele pode ajudar seu negócio, confira, abaixo, alguns exemplos de como esse método foi aplicado e como ele garantiu sucesso em diversas áreas:
Exemplos de utilização do MVP
Uber (aplicativo de transportes)
Até se tornar uma das maiores empresas de mobilidade urbana do mundo, a Uber trilhou um longo caminho, fazendo vários testes para aprimorar seu serviço e adicionar novas funcionalidades.
A história da Uber começou em 2009, quando o programador Garret Camp gastou mais de 800 dólares junto com seus amigos para contratar um motorista particular. Desde então, ele começou a procurar uma forma de reduzir o preço do transporte particular, e chegou à conclusão de que o ideal era compartilhar o custo com os clientes.
A empresa foi lançada em fase de testes (beta) no ano de 2010 nos Estados Unidos, com o nome de UberCab. Na época, só funcionava por meio de um aplicativo para iPhone, por mensagens SMS nos demais celulares ou, ainda, por seu próprio site. Inicialmente, atendeu a cidade de São Francisco no estado da Califórnia e disponibilizou apenas carros de luxo.
O MVP da Uber foi o suficiente para constatar que havia uma demanda por transporte particular acessível. O aprendizado obtido juntamente com a opinião dos usuários fez com que a empresa iniciasse sua expansão apenas um ano depois, em 2011, operando nas cidades de Nova York e Chicago.
A popular categoria UberX, com corridas mais baratas e no qual os motoristas usam seus veículos particulares, incluindo modelos de entrada, surgiu em 2012. Com ela, foi possível ampliar o alcance do aplicativo para mais pessoas.
Após toda essa trajetória, a Uber se consolidou no mercado em que atua, acrescentando novas funções, como: entregas de supermercados, bebidas, pet shops e outros (Uber Eats), encomendas (Uber Flash), pagamento por sistema pré-pago (Cash), recompensas por pontuação (Rewards), serviço de mototáxi (Uber Moto) etc.
Ainda assim, ela continua usando MVPs para melhorar seus serviços constantemente. Um exemplo é a modalidade “Viagem para convidados”, ainda em testes e disponível só para algumas cidades brasileiras. Com ela, um usuário pode pedir uma corrida para outra pessoa informando nome completo e o número de telefone dela. Esta é uma função útil para quem eventualmente fica sem internet ou não está familiarizada com a plataforma.
PIX
Um exemplo prático de MVP encontrado em nosso mercado é o Pix, criado pelo Banco Central em 2020. Ele é um meio de pagamento instantâneo e isento de tarifas. Antes de ser lançado, o Pix passou por uma fase de testes, com funcionamento limitado, de 02 a 15 de novembro de 2020.
Durante esse período, apenas 5% dos clientes dos bancos cadastrados podiam fazer transferências entre contas, mas em horários determinados pelo Banco Central. Até o dia 12 de novembro de 2020, foram feitas 826 mil operações.
O resultado obtido desde o lançamento do Pix, em 16 de novembro de 2020, não poderia ser diferente. Em março de 2022 foram registradas mais de 1,6 bilhão de transações, sendo que esse número aborda desde transferências entre pessoas até pagamentos de produtos.
Atualmente, o Pix pode ser usado para pagamentos de contas, como internet, energia elétrica, faturas de cartão de crédito, tributos federais, entre outros. Bem como saque em caixas eletrônicos de praticamente qualquer banco e, até mesmo, fazer compras parceladas (esta modalidade não é regulamentada pelo Banco Central, sendo adotada por bancos como o Santander e fintechs, como o Mercado Pago e o PicPay).
Futuramente será possível realizar débito automático com esta ferramenta e converter o valor recebido em reais para a criptomoeda bitcoin, como a empresa argentina Lemon Cash quer fazer quando iniciar sua operação no Brasil.
Saiba agora como você pode usar a técnica do MVP a favor do seu negócio para reduzir custos e melhorar seu desenvolvimento!
Monte uma equipe
Antes de definir sua estratégia de MVP, é fundamental ter uma equipe formada e, principalmente, plural com pontos de vista e visões diferentes entre si. Mesmo que você ainda não tenha funcionários, junte três pessoas, cada uma com as seguintes características:
- Visão e conhecimento de mercado, para verificar se é possível executar o MVP do ponto de vista financeiro;
- Alguém que pense nas formas de utilização do produto, garantindo uma excelente experiência para o cliente;
- Uma pessoa com perfil técnico, que possa afirmar que aquele produto pode ser feito em larga escala.
Defina como será o produto
Com a equipe definida, hora de acertar mais detalhes do seu produto: nome, público-alvo, vantagens e características. Nesta fase, o ideal é realizar um brainstorming: metodologia composta pelo compartilhamento espontâneo de ideias que tem como objetivo solucionar problemas com perspectivas inovadoras.
Dica: Para facilitar o planejamento, faça uma lista de itens, que só pode ser respondida com sim ou não, em relação ao que seu produto tem e/ou faz e distribua para o seu pessoal. Alguns exemplos: É um aplicativo? Vai ser vendido pela internet?
Estabeleça a persona do produto
Você sabe para quem seu produto será vendido? Se você ainda não tem a resposta para esta pergunta, comece a montar o quanto antes a persona. Ou seja, um perfil fictício que representa qual o cliente que mais se encaixa com o que você oferece.
Para definir uma persona, leve em conta particularidades como: comportamento, estado civil, hobbies, idade, interesses, gostos, profissão e outros dados relevantes. Além disso, procure determinar também quais são as dores e problemas da sua persona, para que, assim, seu produto possa resolver as necessidades dela.
Dica: Se você tiver recursos suficientes, contrate uma agência e realize um estudo para definir os clientes que você deseja alcançar. Caso contrário, entre em contato com potenciais clientes e faça uma pesquisa. Inclusive, estes mesmos clientes podem ajudar, não apenas na construção da persona, mas também no teste do seu MVP.
Tire todos os excessos
Como explicado, um MVP deve ser o mais enxuto possível para que os testes aconteçam da melhor forma e você entregue uma experiência satisfatória ao cliente antes do produto estar disponível. Portanto, só o essencial deve estar presente no MVP.
Para isso, reúna sua equipe e peça para que cada um enumere quais são os itens prioritários do produto. Depois, junte tudo o que foi dito e tire os excessos, deixando apenas o que é fundamental para que seu MVP tenha sucesso.
Lance seu MVP e comece os testes
Com os pontos essenciais e o público-alvo já definidos, chegou a hora de finalmente lançar seu MVP e ver como ele será aceito por seus clientes. Isto não quer dizer que terminou por aqui.
Agora que seu MVP já está disponível, determine quais serão as métricas ou os indicadores de desempenho (KPIs), utilizados para medir e monitorar o desempenho do seu produto.
Fique atento ao feedback do seu público
Após o lançamento do seu MVP, quando receber um retorno dos seus clientes, seja ele positivo ou negativo, use isto como um termômetro para saber se seu produto está no caminho certo ou precisa de correções. Lembre-se que esta etapa de teste é feita justamente para isso.
Planeje seu MVP com atenção e veja os resultados!
Conforme você viu aqui, a criação de um MVP é importante para saber qual será a aceitação do seu produto no mercado, além de auxiliar na construção de uma base de clientes que irá ajudar a melhorar seu negócio!
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