O longo período de pandemia acabou agravando as incertezas das indústrias brasileiras em relação ao futuro; agora o cenário pode estar, a passos curtos, voltando ao otimismo

O país viveu cenários de incertezas ao conviver com quedas abruptas de setores durante a pandemia de covid-19 em 2020 e 2021. Estes dois anos causaram impacto em diversos setores da economia mundial e não seria diferente para os empresários ativos das indústrias brasileiras.

Apesar do período conturbado, a confiança destes setores parece estar ganhando forças em enxergar boas chances de crescimento ainda em 2022, como mostram alguns índices que acendem o termômetro para essa expectativa.

Gráfico realizado em pesquisa pelo CNI mostra avanço de 1,3 ponto no ICEI de junho de 2022, a maior marca desde outubro do ano passado

A segurança do empresário é anotada após o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) apontar um otimismo em relação aos setores analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), recolhendo dados de 2.251 empresas de pequeno, médio e grande porte no período de 2 a 10 de maio de 2022.

As informações variam entre alta e baixa confiança, com setores atingindo resultados acima de 50 pontos. O que mostra um aumento de confiabilidade do setor no mês de maio em relação ao mês anterior.

Resultados abaixo de 50 pontos resultam em baixa confiabilidade do empresário para o mercado, porém, pode haver aumento mesmo que o índice ainda esteja abaixo da pontuação média de confiança.

Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos lidera o setor com mais confiança dos empresários

Esferas como Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos (60,3 pontos), Biocombustíveis (60,2 pontos) e Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (60,1 pontos) são algumas das quais atingiram pontuações de confiança e consideradas mais disseminadas dentre as indústrias brasileiras.

Já os campos como Produtos de Borracha (50,6 pontos), Produtos de Limpeza, Perfumaria e Higiene Pessoal (52,2 pontos) e Produtos Têxteis (53 pontos) são, hoje, os setores com mais queda de confiança dentre os empresários com base nos estudos da pesquisa.

Produção Têxtil está entre as indústrias brasileiras com menor índice de confiança

Apesar da “gangorra” envolvendo algumas divisões, o ICEI considerou, também, o índice em relação ao mesmo período do ano passado, a fim de mostrar uma variação de confiança nesses mesmos setores com pontuações elevadas.

O ramo de produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos, apesar de, hoje, estar entre as maiores pontuações com 60,1, teve uma queda de 0,6 se comparado a maio de 2021. Além disso, houve quedas abruptas de confiabilidade do empresário entre este mesmo período.

O setor de Produtos de Borracha, que já atingiu 59,4 pontos, teve queda considerável de 8,8 pontos, assim como a Metalurgia, antes uma das maiores pontuações com 63,4 pontos, caindo para 55,9 por exemplo.

No período de um ano, a indústria de borracha teve a maior queda dentre os segmentos destacados

Em relação ao porte das empresas, o ICEI destaca um equilíbrio de pontuação entre as pequenas, médias e grandes indústrias, constando 56,4, 57,3 e 56,6 pontos respectivamente. Apenas com uma pequena queda de 2 pontos entre as grandes se comparado a maio de 2021.

Além disso, o ICEI por região destaca mais um equilíbrio entre quedas e aumentos da pontuação de confiança do empresário nacional. A região norte caiu 1,6 pontos entre abril e maio deste.

Com isso, o Nordeste estabilizou, pelo segundo mês consecutivo, a pontuação de 57,1 pontos. O sudeste teve queda de apenas 0,3 e Sul e Centro-Oeste obtiveram aumento de 0,6 e 1,3 respectivamente.

As indústrias brasileiras estão fortes e confiantes para retomar a necessidade em garantir o bom período pré-pandemia, pesar de quedas e estagnações de algumas esferas das indústrias.

Há muita positividade, pois, nenhum ramo em questão esteve abaixo da linha dos 50 pontos, ou seja, o que leva a crer a boa relação de comércio que podemos aguardar após as incertezas do período pandêmico.

Confira aqui a tabela completa com os resultados setoriais da pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria.