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10 de julho de 2025

Produzir chocolate sem cacau é possível?

Com a crise do cacau, descubra como a indústria planeja inovar com matérias-primas mais sustentáveis.

No primeiro semestre de 2025, o mundo viu o preço do chocolate disparar. Afinal, como explica a Organização Internacional do Cacau (ICCO), a crescente demanda mundial pela fruta, problemas climáticos e a infestação de 60% da produção mundial por um vírus impulsionaram a crise do cacau.

Diante desse cenário, a oferta global de chocolate foi comprometida e a indústria alimentícia precisou se reinventar. Pesquisadores e empreendedores estão buscando novas matérias-primas que ofereçam sabor e textura semelhantes aos do tradicional chocolate, mas com um detalhe: sem usar cacau.

Por isso, o Blog Cetro trouxe tudo o que você precisa saber sobre essa tendência de mercado e preparou uma seleção das principais alternativas que podem transformar a indústria de doces e chocolates nos próximos anos.

Mas antes:

O que pode ser considerado chocolate no Brasil?

Para entender melhor esse movimento, é importante saber o que, de fato, pode ser chamado de chocolate. A legislação brasileira, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece parâmetros claros.

Para ser considerado chocolate, o produto deve conter, pelo menos, 25% de derivados de cacau em sua composição, sendo 20% para o chocolate branco. Ou seja, não é permitido legalmente chamar de “chocolate” um produto sem cacau, mesmo que apresente sabor e textura semelhantes.

Porém, isso não impede a criação de produtos inovadores, que buscam aproximar-se sensorialmente do chocolate tradicional utilizando outras bases naturais e sustentáveis.

A seguir, conheça as principais apostas da indústria!

Alfarroba: nutritiva e com sabor suave

A alfarroba, fruto da alfarrobeira, vem ganhando espaço como uma das opções mais populares ao chocolate, principalmente, por:

  • Ter sabor adocicado e suave, que lembra o chocolate, mas com menor amargor – embora muitos consumidores percebam um toque diferente.
  • Ser rica em fibras, antioxidantes, cálcio e ferro.
  • Ser naturalmente livre de lactose e glúten – ideal para quem possui intolerâncias alimentares.
  • Possuir menor quantidade de gorduras e ausência de cafeína.

Como resultado, já é comum encontrar doces, barrinhas e coberturas feitas com alfarroba em lojas naturais e mercados especializados.

Cupuaçu: o fruto que inspira

O cupuaçu, fruto típico da região amazônica, deu origem ao “cupulate” — uma alternativa ao chocolate que vem despertando a atenção da indústria. Veja o que torna o cupulate especial:

  • Sabor frutado e levemente ácido, com notas que lembram o chocolate tradicional.
  • Textura cremosa e agradável ao paladar.
  • Não contém cafeína, sendo uma opção leve.
  • Valorização da biodiversidade brasileira, promovendo o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Além disso, o cupulate pode ser produzido utilizando processos de manipulação muito semelhantes aos do chocolate, o que facilita a adaptação nas linhas de produção.

Leia também: Inovação nos Cosméticos: O Valor do Cupuaçu

Favas de soja fermentadas: aromas surpreendentes

Menos conhecida, a utilização de favas de soja tem se destacado como uma promissora substituta do cacau graças a processos de fermentação e torrefação. Confira o porquê:

  • Quando fermentadas e torradas, as favas desenvolvem aromas e sabores que podem se aproximar do chocolate.
  • Produção potencialmente mais sustentável e com menor impacto ambiental.
  • Fonte de proteínas e nutrientes importantes para a dieta.

Entretanto, esse tipo de substituição ainda está em fase experimental, com aplicações restritas a laboratórios e startups focadas em inovação alimentar.

Sementes de girassol e aveia: combinação inovadora

A união de sementes de girassol e aveia vem sendo explorada no mercado, oferecendo uma solução sustentável e nutritiva. Descubra os benefícios dessa combinação:

  • Perfil nutricional atrativo, com fibras, proteínas e gorduras saudáveis.
  • Possui menor impacto ambiental que o cultivo do cacau.
  • Sabor neutro que, com técnicas adequadas, pode ser ajustado para lembrar o chocolate tradicional.
  • Ideal para produtos veganos e livres de alergênicos comuns.

Essa alternativa já está sendo testado, mas ainda não está amplamente presente nas prateleiras.

Centeio maltado e óleo de coco

Uma opção que vem ganhando espaço combina centeio maltado com óleo de coco, oferecendo uma experiência sensorial única. Explore as vantagens desse blend:

  • O centeio maltado confere um sabor tostado e caramelizado, que pode lembrar algumas notas presentes no chocolate.
  • O óleo de coco proporciona textura cremosa e maciez, fundamentais para a sensação ao consumir chocolates.
  • Vantagens nutricionais e sustentáveis, com menor uso de recursos naturais e maior aproveitamento de ingredientes regionais.

Essa combinação está sendo estudada, principalmente, por marcas artesanais e projetos de inovação e ainda está em fase de expansão.

Qual será o futuro do chocolate?

Apesar de não ser possível chamar de chocolate um produto sem cacau no Brasil, a indústria alimentícia segue em frente, investindo em alternativas criativas, nutritivas e sustentáveis.

Com técnicas que permitem aproximar o sabor e a textura do chocolate tradicional, novas oportunidades surgem para produtores, empreendedores e consumidores atentos às tendências do mercado.

Por isso, continue acompanhando o Blog Cetro para ficar por dentro das últimas novidades sobre inovação, indústria e sustentabilidade!


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